Aumento do preço do leite: Entenda os motivos da alta

O litro do leite passou a ser encontrado em estabelecimentos do Brasil entre R$ 7 e R$ 10 nas últimas semanas. Especialistas explicam os motivos da alta.

Escrito por Rafaela Souza

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A alta no preço do leite tem sido um dos principais assuntos comentados no país nas últimas semanas, tanto nas redes sociais quanto nos supermercados. O aumento de um dos produtos mais consumidos pelos brasileiros está começando a pesar no bolso: o litro passou a ser encontrado em um valor que varia entre R$ 7 e R$ 10.

O aumento já foi destaque do último IGP-10 (Índice Geral de Preços – 10) divulgado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) em julho: o índice variou 0,60%, tendo o leite industrializado como destaque entre os alimentos, registrando alta de 16,30%.

Diante desse cenário, o iDinheiro conversou com especialistas para entender os motivos da alta no preço do leite e as perspectivas para o cenário futuro.

Por que o preço do leite aumentou nas últimas semanas?

O aumento no preço do leite está ligado a diferentes fatores. Como explica Matheus Peçanha, pesquisador e economista do FGV IBRE, estamos em um período em que, sazonalmente, a produção do leite é dificultada pelo clima: “A escassez de chuva natural do inverno piora a qualidade das pastagens, o que aumenta a necessidade de ração e, consequentemente, traz um aumento de custo“.

Dessa forma, como acrescenta o especialista Wander Bastos, coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite da FAESP (Federação da Agricultura do Estado de São Paulo), o contexto de seca em muitos estados também impacta nos preços desse produto:

“Tivemos um ano de muita seca em alguns estados produtores, fazendo com que houvesse uma diminuição na produção. Assim, com o mercado internacional em alta e com pouca oferta, dólar alto, inviabiliza a importação. Com isso os preços subiram um pouco para o produtor e muito para o consumidor“.

Para além disso, Matheus ressalta que os sucessivos choques climáticas também têm impactado a qualidade da pastagem, o que gera consequências nas safras de milho e de soja que também encareceram nos últimos meses.

“Todos os custos subiram, a alimentação dos animais, soja, milho e todos os subprodutos, energia elétrica, diesel, medicamentos, produtos e peças de ordenha e fertilizantes, pois todos são indexados em dólar. Assim, com esse custo alto, muitos produtores estão deixando a atividade, pois a renda com leite ficou pequena”, complementa Wander.

Outro ponto destacado por Matheus diz respeito à falta de investimento no setor: “Houve desinvestimento no setor, com plantas de gado leiteiro passando a migrar para o gado de corte e outras plantas também deixaram o setor. Tudo isso contribuiu para a redução de produção”.

Dessa forma, todos esses fatores levaram a produção a custo mais caro e a um menor nível de produção, o que resultou no preço elevado encontrado hoje nos supermercados, padarias e mercearias de todo o país.

Especialistas comentam as expectativas para os próximos meses

Como explica o pesquisador do FGV IBRE, a situação atual de alta no preço do leite só deve melhorar após o período de inverno: “Quando começarem as chuvas, em meados da primavera, e com o investimento desse setor retornando, aí essa produção deve se normalizar e esse preço deve ceder quando as condições de oferta melhorarem”.

Impactos do aumento do leite no IPCA

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Matheus ressalta que o IPCA-15, que corresponde à prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE, já indicou a direção que deve permanecer o IPCA cheio de julho, considerado a inflação oficial brasileira: “O IPCA cheio deve refletir isso: o leite subindo, mas a inflação cedendo por causa dos efeitos da queda do ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações”.
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Ademais, segundo o especialista Wander, o preço do leite só deve diminuir no final de 2022: “Provavelmente em novembro, com a safra dos grãos, uma provável baixa nas energias, elétrica e diesel, com a chegada das chuvas, pode ser que haja um aumento na produção e com isso, uma baixa nos preços”.

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